A MOTIVAÇÃO DA POLIFONIA SOBRE GÊNEROS, EM MULHERES QUE CELEBRAM AS TESMOFÓRIAS, QUE FAZ O CORO PEDIR SILÊNCIO

Autores

  • Kleber Bezerra Rocha Universidade Federal do Ceará - UFC

Resumo

O objetivo deste estudo é compreender o motivo de o coro de Tesmoforiantes pedir silêncio. Para isso, utilizam-se dois referenciais teóricos: Adriane Duarte, que mostra, nas peças completas de Aristófanes, a força do coro, por meio da parábase, e a intenção que ele empreende para o que o autor quer dizer; e a polifonia de Mikhail Bakhtin, para entender a diversidade de vozes que se estende por toda a peça ‒ com o travestismo e com paródias de tragédias de Eurípides. Tudo feito em uma disputa de gêneros: o literário, de forma metalinguística, numa relação entre a tragédia e a comédia; e o biológico, com o travestismo. Assim, o coro pede silêncio, para haver paz entre os personagens.

 

DOI: 10.5935/1984-6614.20190014

Biografia do Autor

Kleber Bezerra Rocha, Universidade Federal do Ceará - UFC

Formado em Letras e especialista em Estudos Clássicos pela Universidade Federal do Ceará. Foi por 11 anos professor de Língua Grega na Universidade Estadual do Vale do Acaraú. Hoje é professor de Língua Portuguesa e de redação e mestrando em Literatura Comparada pelo Programa de Pós-Graduação em Letras da UFC.

Referências

ARISTÓFANES. As nuvens. Tradução de Gilda Maria Reale Starzynski. In: PLATÃO. Os pensadores. São Paulo: Nova Cultural, 1987, p. 184-249.

_____. Lisístrata. Tradução de Ana Maria César Pompeu. São Paulo: Cone Sul, 1998; Hedra, 2010.

_____. Os acarnenses. Introdução, versão do grego e notas de Maria de Fátima de Sousa e Silva. Coimbra: Instituto Nacional de Investigação Científica, 1980.

_____. Tesmoforiantes. Tradução e comentários de Ana Maria César Pompeu. São Paulo: Via Leitura, 2015.

BAKHTIN, M. Marxismo e filosofia da linguagem. 12. ed. Tradução de Marina Yaguello. São Paulo: Hucitec, 2006.

_____. Problemas da Poética de Dostoiévski. 3. ed. Tradução de Paulo Bezerra. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2013.

BRANDÃO, J. de S. Mitologia grega, v. II. 8. ed. Petrópolis: Vozes, 1997.

DUARTE, A. da S. O dono da voz e a voz do dono – A parábase na comédia de Aristófanes. 307 f. Tese (Doutorado em Letras Clássicas) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2000.

PLATTER, C. Aristófanes and the carnival of genres. Baltimore: Johns Hopkins, 2007.

POMPEU, A. M. C. Aristófanes e Platão: A justiça na pólis. 169 f. Tese (Doutorado em Letras Clássicas) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2004.

RECHDAN, M. L. de A. Dialogismo ou polifonia. Disponível em: https://www.ufrgs.br/soft-livre-edu/polifonia/files/2009/11/dialogismo-N1-2003.pdf. Acesso em: 2 jan. 2019.

TZANETOU, A. Something to do with Demeter: Ritual and performance in Aristophanes’ women at the Thesmophoria. The American journal of Philology, v. 123, n. 3, Maryland, 2002, p. 329-367.

ZEITLIN, F. I. Travesties of gender and genre in Aristophanes' "Thesmophoriazousae". Critical inquiry, v. 8, n. 2, Chicago, 1981, p. 301- 327 .

Downloads

Publicado

2019-07-02

Edição

Seção

Identidades